Linhas de ônibus somem na Zona Oeste do Rio de Janeiro



Muito antes do início pandemia de Covid-19 no Rio de Janeiro e da redução de frota determinada pela Secretaria Municipal de Transportes, passageiros já reclamavam do sumiço de várias linhas de ônibus em todo o município. Principalmente na Zona Oeste carioca. Bairros acabaram ficando praticamente isolados de outros locais e os trabalhadores não sabem como ir e vir do trabalho de uma maneira mais confortável devido a deficiência causada pelo sumiço dessas linhas. Sepetiba é um exemplo claro de bairro com deficiência no transporte público. O sumiço das linhas 870 Sepetiba x Santa Cruz, da Transportes Campo Grande, 891 Sepetiba x Mato Alto, da Expresso Pégaso, 872 Sepetiba x Cesarão e 871 Praia da Brisa x Cesarão, da Auto Viação Jabour, atrapalha bastante o ir e vir dos moradores e passageiros daquela região. O morador e passageiro Luis dos Santos, que utilizava essas linhas para ir e vir do trabalho é, assim como vários outros passageiros, afetado pela falta das mesmas. Para ele, chegar no trabalho é uma grande dificuldade.



- É péssimo. Nos tornamos reféns do Transporte Alternativo, que ao mesmo tempo nem todos os motoristas cuidam de suas vans corretamente. O que deveria ser complementar se transforma em única solução, pois o serviço de Transporte Público por ônibus se torna cada dia pior - afirmou Luis.

De acordo ele, as linhas 871 e 872 sumiram antes mesmo do início da pandemia  deixando os moradores a pé e sem nenhuma outra opção concreta e sem resposta por parte das autoridades.

- As linhas desapareceram em Janeiro. Fiz diversas reclamações ao Portal 1746 sem sucesso. A linha tinha sofrido uma grande redução de frota, mas ainda assim era mais fácil contar com essas linhas que a 898. E os ônibus da 871 e 872 eram novos e em excelente conservação. Infelizmente, sem as linhas, o tempo de viagem até a Estação BRT mais próxima dobrou, pois sem elas, não tem nenhuma linha de ônibus pela Estrada de Sepetiba entre o BRT Curral Falso e o Largo do Aarão - disse Luis.

Ali bem próximo de Sepetiba, em Barra de Guaratiba o problema é parecido. A linha 2382, da empresa Expresso Recreio, que levava os moradores até o Largo da Carioca, sumiu desde o início da pandemia. Os moradores que necessitam se deslocar para o Centro do Rio são obrigados a pegar 2 conduções, sendo uma convencional e a outra executiva, ou o BRT e depois o Metrô para conseguir chegar no trabalho. É uma viagem cansativa e estressante, até pelo fato do bairro de Barra de Guaratiba ter apenas 2 linhas, sendo a 2382, inoperante, e a 867 que leva os moradores até o bairro de Campo Grande passando por um terminal do BRT.


Linhas intermunicipais que fazem ponto final na Zona Oeste também sumiram. A linha 573P, da Expresso Real Rio, do Grupo JAL,  que faz o trajeto de Itaguai até Campo Grande via Cesário de Melo, por decreto estadual que proibia a entrada das linhas intermunicipais no Município do Rio de Janeiro ficou inoperante por um tempo, porém, após o fim desse decreto, a mesma continua inoperante deixando os passageiros e trabalhadores que saem de Campo Grande para Itaguai e vice versa a pé. Sem contar que, para quem mora na Avenida Cesário de Melo, com o sumiço da linha 17, que tinha o trajeto de Campo Grande até  Santa Cruz, restava apenas a linha 573P, que, infelizmente não retornou as operações.



O bairro de Campo Grande acumula o maior número de linhas inoperantes entre todos os outros da Zona Oeste. São elas: 366 Campo Grande x Tiradentes via Mendanha, 398 Campo Grande x Tiradentes via Posse, 822 Campo Grande x Corcundinha, 825 Campo Grande x Jesuítas, 830 Campo Grande x Serrinha, 839 Campo Grande x Cesarão, 841 Campo Grande x Vilar Carioca, 842 Campo Grande x Paciência, 849 Campo Grande x Base Aérea de Santa Cruz, 850 Campo Grande x Mendanha, 869 Campo Grande x Santa Margarida, 893 Campo Grande x Jardim Palmares, 895 Campo Grande x Serrinha, todas da Expresso Pégaso/Auto Viação Palmares.


 Além delas, em Campo Grande ainda tem as seguintes linhas inoperantes: 17 Campo Grande x Santa Cruz via Cesário de Melo, 789 Campo Grande x Cascadura, da Transportes Campo Grande, 458S Campo Grande x Itaguai via Jardim Palmares, 459S Campo Grande x Mangaratiba e 1902S Campo Grande x Conceição de Jacarei, da Expresso Recreio.


Outras linhas se encontram inoperantes: 570P Itaguai x Marechal Hermes, da Viação Reginas, 855 Bangu x Magarça, da Auto Viação Jabour, 896 Pingo D'Agua x Mato Alto, da Expresso Pégaso, 813 Manguariba x Santa Cruz e 809 Sagrado Coração x Santa Cruz, da Auto Viação Palmares, 858 Paciência x São Fernando e 772 Bangu x Coelho Neto, da Transportes Campo Grande, 741 Bangu x Barata e 744 Realengo x Cascadura, da Transportes Barra.

Podemos ver que boa parte das linhas citadas são da empresa Expresso Pégaso, líder do Consórcio Santa Cruz. Consórcio esse que deveria fiscalizar todas as empresas, entretanto, assim como a Secretaria Municipal de Transportes do Rio de Janeiro, fecha os olhos para os problemas. Problemas esses que só quem anda diariamente nesse caótico e falido transporte público sabe como é. Infelizmente não há esperança de melhoras a curto prazo no transporte de todo o Rio de Janeiro enquanto, no órgão fiscalizador, só se pensar em política e reeleição







TRANSPORTES DA ZONA OESTE

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